Texto: Mahavidya
Recife, abril de 2024.
Lourenço da Fonseca Barbosa, mais conhecido como 'Capiba', foi um pernambucano natural de Surubim, nascido em 28 de outubro de 1904, compositor e grande musicista que adorava tocar piano, primo de Abelardo Barbosa o 'Chacrinha', e irmão do compositor 'Marambá'. Filho de Severino Atanásio de Souza Barbosa e de Maria Digna da Fonseca Barbosa.
Nascido em uma família de músicos, seu pai 'Seu Severino', foi um respeitado
maestro que geriu a Banda Municipal de Surubim e ensinou música aos seus 13 filhos.
Com apenas oito anos de idade o menino Capiba aprendeu a tocar trompa e com o passar do tempo tornou-se
pianista.
Foi funcionário Público Federal pelo Banco do Brasil e advogado formado em 1938 pela Faculdade de Direito do Recife FDR-UFPE, embora nunca tenha exercido a profissão de jurista.
Apaixonado por futebol, foi centroavante do América de Campina Grande, zagueiro do Campinense Clube da Paraíba
e, em 1924 torna-se artilheiro do Satélite - time dos funcionários do Banco do Brasil.
O ardoroso e ilustre tricolor é autor da canção 'O mais querido' - Hino Oficial
do Santa Cruz Futebol Clube.
ORQUESTRA JAZZ BAND ACADÊMICA
Fundada no ano de 1931 em Recife por seu idealizador Capiba, este grupo musical era formado por estudantes
universitários.
Estreou na festa dos formandos de medicina e expôs de forma suntuosa a resplandecente 'Valsa verde' com versos do poeta Ferreyra dos Santos.
As apresentações da orquestra tinham como objetivo, arrecadar fundos para a criação da Casa do Estudante de
Pernambuco.
MOVIMENTO ARMORIAL
Considerado por Ariano Suassuna como um dos patronos do Movimento Armorial, compôs várias peças musicais consideradas verdadeiras obras-primas, tais como:
• 1949 - Suíte nordestina.
• 1951 - Duas peças para flauta dedicadas a Esteban Eitler.
• 1974 - Toada e Desafio.
• 1992 - Bolero.
*De 1904 à 1997
• Grande Missa Armorial - I. Kyrie.
• Grande Missa Armorial - II. Gloria.
• Grande Missa Armorial - III. Credo.
• Grande Missa Armorial - IV. Credo: Et Incarnatus est.
• Grande Missa Armorial - V. Credo: Et ressurexit.
• Grande Missa Armorial - VI. Credo: Et in Spiritum Sanctum.
• Grande Missa Armorial - VII. Sanctus.
• Grande Missa Armorial - VI. Benedictus.
• Grande Missa Armorial - VII. Agnus Dei.
• Suíte sem lei nem rei - I. Chamada (moderato).
• Suíte sem lei nem rei - II. Aboio (Largo).
• Suíte sem lei nem rei - III. Galope esporeado (Allegro)
• Minha Ciranda - Arranjo: Maestro Duda.
COMPOSIÇÕES
• 1931-Valsa verde
• 1932-É de tororó
• 1934-É de amargar
• 1936-Manda embora essa tristeza
• 1937-Quem vai pra farol é o bonde de Olinda
• 1938-Guerreiro de Cambinda
• 1938-Julia
• 1940-Gosto de te ver cantando
• 1941-Linda flor da madrugada
• 1942-Quem me dera
• 1944-Maria Betânia
• 1945-Não agüento mais
• 1945-Que bom vai ser
• 1947-E… nada mais
• 1949-É Luanda
• 1950-Olinda cidade eterna
• 1952-A pisada é essa
• 1952-Nos cabelos de Rosinha
• 1954-Vamos pra casa de Noca
• 1954-Ai! se eu tivesse
• 1955-O que é que eu vou dizer
• 1957-Nação Nagô
• 1957-Modelos de verão
• 1958-O mais querido
• 1958-Um pernambucano no Rio
• 1959-Tenho uma coisa para lhe dizer
• 1963-Madeira que cupim não rói
• 1965-Cala a boca menino
• 1969-Oh! Bela
• 1970-5,4,3,2,1...Frevo!
• 1971-De chapéu de sol aberto
• 1980-Trombone de prata
• 1985-Bloco das Ilusões nº3
• 1985-Canta galinho canta
HOMENAGENS EMÉRITAS
• Cidadão Benemérito do Recife.
• Cidadão Benemérito de Olinda.
• Cidadão Benemérito de Campina Grande.
• Medalhas Estácio de Sá, Duarte Coelho e Pernambucana do Mérito.
GRANDE VENCEDOR DO FESTIVAL
Festival de Frevo do Recife
• 1934 - Frevo-canção: É de amargar
DATA DE FALECIMENTO
Recife, 31 de dezembro de 1997, aos 93 anos de idade.
POT POURRI'S
Pot Pourri - 1
• Ai! Se eu tivesse / Que é que eu vou dizer / Nos cabelos de Rosinha / Modelos de verão.
Pot Pourri - 2
• De chapéu de sol aberto / A mulher que eu queria / Umas e outras / Frevo e ciranda.
Pot Pourri - 3
• Júlia / Casinha pequenina / Gosto de te ver cantando / Linda flor da madrugada.
Pot Pourri - 4
• Quando é noite de lua / E... nada mais / Morena cor de canela / Os melhores dias de minha vida.
Pot Pourri - 5
• Quando se vai um Amor / Você faz que não sabe / Deixa o homem se virar / A pisada é essa / Vamos pra Casa de Noca.
Pot Pourri - 6
• Quem me dera / Teus olhos / Não sei o que fazer / Que bom vai ser.
Pot Pourri - 7
• 5,4,3,2,1... frevo! / Oh! Bela / É hora do frevo / Catirina meu amor/ Você está chorando.
Pot Pourri - 8
• Nem que chova canivete / Prá mim chega / Segure o seu homem / A procura de alguém.
Pot Pourri - 9
• Frevo dos namorados / A própria natureza / Encontro marcado / Recordando.
Pot Pourri - 10
• É de amargar / Tenho uma coisa pra lhe dizer / Manda embora essa tristeza / Quem vai pra farol é o bonde de Olinda.
Pot Pourri - 11
• Cala a boca menino / Não vá embora / Frevo da felicidade / No balanço do frevo.
Fonte:
Acervo Fonográfico do Museu do Frevo Levino Ferreira
Pesquisa:
Mahavidya