Marambá

Texto: Mahavidya
Recife, Janeiro de 2025.

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José Mariano da Fonseca Barbosa, mais conhecido como 'Marambá', nasceu em 22 de maio de 1896, na cidade de Surubim, Pernambuco. Compositor talentoso e clarinetista habilidoso, também se dedicou ao comércio de algodão. Destacou-se como um dos principais nomes da música pernambucana e é o autor do Hino do Carnaval Pernambucano, composto em parceria com Aníbal Portela.

Marambá era primo de Abelardo Barbosa, o icônico 'Chacrinha', e irmão do célebre compositor 'Capiba', com quem compartilhou uma rica herança musical. Filho de Severino Atanásio de Souza Barbosa e Maria Digna da Fonseca Barbosa, cresceu em uma família profundamente envolvida com a música, influenciado pela atuação de seu pai, maestro da Banda Municipal de Surubim.
Casou-se com a senhora Judith Fontes Barbosa, com quem teve duas filhas: Lenira Fontes Barbosa e Marina Fontes Barbosa.

Em 1957, foi composto o frevo-canção 'Cobra Coral' em homenagem ao Santa Cruz Futebol Clube, fruto da parceria de Geraldo Costa, com a interpretação de Rubens Cristino e a execução da Orquestra de Frevos Mocambo, sob a batuta de Nelson Ferreira. Esta obra traduz o orgulho e a paixão pelo clube, eternizada pela força vibrante de sua melodia, que reverbera o espírito tricolor de geração em geração.

Na aurora de sua juventude, entregou-se ao encanto das melodias, integrando inúmeras bandas musicais conduzidas pelas mãos sábias de seu pai. Emoldurou seu talento nas paisagens pernambucanas de Carpina, Limoeiro e Nazaré da Mata, e também nos rincões paraibanos de Taperoá e Campina Grande.

No Recife, ao lado de seu irmão Sebastião, integrou a prestigiada Banda do Ginásio Pernambucano. Herdeiro de uma dinastia de músicos notáveis, deu vida às melodias na icônica banda familiar, batizada como Os Capibas, onde tradição e arte se entrelaçavam em perfeita harmonia.

Em 1920, como clarinetista, fez parte da Orquestra de Pau e Corda do Bloco Carnavalesco Apois Fum.

• 1913-Teu Sorriso - Xote
• 1917-Sonhos de Namorado - Pas de Quatre
• 1933-Morena do amor
• 1934-Não Caio Nessa - marcha gravada por Carlos Galhardo.
• 1937-Mauricéia
• 1937-Evoé (Hino do Carnaval Pernambucano - parceria com Aníbal Portela)
• 1937-Ui! Que medo eu tive! (parceria com Aníbal Portela)
• 1942-Cadê Tereza
• 1942-Quero ver quebrar
• 1943-Cai, cai
• 1943-Vamos cair no frevo
• 1943-Vira as máquinas
• 1944-Lá vai poeira
• 1944-Vamos virar
• 1945-Criado com vó
• 1945-Espalha brasa
• 1946-Meu chamego é voce
• 1946-Tire a mão do meu baú
• 1947-Linguarudo
• 1947-Vem meu amor
• 1950-Aperta o passo
• 1950-Eu durmo devagar
• 1950-Fazendo miséria
• 1951-Pediram prá chover
• 1952-O velho não presta mais
• 1954-Eu vou beber
• 1955-Jacaré comprou cadeira
• 1957-Cobra-coral (parceria com Geraldo Costa)
• 1957-O balaio da Maria
• 1956-Viva a banana

Em 1937, o talento de Marambá brilhou intensamente no concurso promovido pela Federação Carnavalesca de Pernambuco, que buscava selecionar um hino oficial para exaltar o espírito vibrante do Carnaval. Em parceria com Aníbal Portela, ele compôs o inesquecível "Hino do Carnaval Pernambucano", uma obra que se tornou símbolo da folia e conquistou o primeiro lugar. A canção foi imortalizada em gravação pela Orquestra Columbia e coro, eternizando seu lugar na história da música brasileira.

No mesmo festival, Marambá e Aníbal Portela surpreenderam novamente com o frevo "Ui! Que Medo Eu Tive!", uma composição repleta de energia e criatividade que arrebatou o público e também alcançou o primeiro lugar, desta vez na categoria frevo. A interpretação magistral de Francisco Alves trouxe vida à música, consolidando-a como uma joia do repertório carnavalesco.

Essas vitórias não apenas destacaram o talento de Marambá, mas também reafirmaram sua importância como um dos grandes nomes do frevo pernambucano, um compositor cuja música ressoa com alegria e tradição.

Recife, 2 de setembro de 1968, aos 72 anos de idade.

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Fotografia:
Acervo de família - Marambá

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Fonte:
Acervo Fonográfico do Museu do Frevo Levino Ferreira